sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Caminho Português da Costa (epílogo): 10-10 - visita/passeio a Finisterra













Classifico como uma enorme seca a viagem de autocarro de Santiago a Finisterra, como aliás reconheceu o próprio motorista! Uma manhã inteira para fazer pouco mais de 90 km! Já nada justifica coisas destas nos tempos que correm! Mil vezes fazer a pé...menos monótono e muito mais aliciante! Resumindo...foi chegar a Finisterra e procurar um sitio para almoçar! Após um breve passeio pela marginal optámos pelo restaurante "Arco da Vella"! Durante a tarde passeámos junto ao mar, pelo castelo, por algumas capelas e visitámos o amigo Manoel (Hotel Âncora), "velho" amigo de outras jornadas, mandou cumprimentos a todos: Alexandre Bittar, António Delfino, António Pimpão, Leonel Gomes e Rosalino Castro! Um pouco antes do regresso, desferutámos de um momento de calmaria junto ao mar! Às 16h45 apanhámos o autocarro para Santiago, que foi, felizmente mais directo, ainda assim chegámos às 20h00 a Santiago! Aproveitámos logo para comprar os bilhetes para o Porto. Passámos no albergue e fizemos um jantar ligeiro no Cepa! Passámos por algumas lojas de "recuerdos", tomámos uma bebida num bar perto do Obradoiro onde ainda estivemos à conversa com alguns peregrinos com quem nos tinhamos cruzado no Caminho! Uma passagem fugaz pelas arcadas onde, uma vez mais, a Tuna alegrava alguns peregrinos que assistiam à atuação! Recolhemos aos nossos aposentos pouco depois das 23h00, a pouco recomendável viagem de autocarro até Finisterra tinha feito mossa! Descansar era preciso!

Fotos de António Carrasco e do Ivone Santos

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Caminho Central: 09-10 - Teo/Santiago de Compostela











Partimos do albergue de Teo às 08h00, ainda o dia não nascera, 15 minutos depois a luz natural começou a surgir, a chuva continuava a ameaçar no horizonte, ainda que a temperatura estivesse amena! Em Milladoiro parámos para tomar o pequeno-almoço no bar da Biblioteca/Centro Cultural, aproveitámos também para colocar o carimbo. Chegámos à Praça do Obradoiro às 11h15 debaixo de forte chuvada e com 14,2 km nos pés! Chuva abençoada, emoções renovadas! Fica o registo de um Caminho pleno de emoções e de sentimentos! A foto da chegada foi tirada com dificuldade acrescida em virtude da forte tormenta! Após passagem pela Oficina do Peregrino fomos almoçar ao meu já velho conhecido café Cepa, em jeito de despedida do amigo António Ramos que partiria ainda no final do dia para o Porto, onde dormiria em casa do seu amigo Lázaro, para no dia seguinte viajar para Nisa (onde tinha um compromisso no sábado). Quanto ao resto do grupo, o Carrasco ficou numa pensão na Rua das Galeras (onde já fizera reserva). Eu e a Ivone, fiéis ao nosso orçamento peregrino, ficá-mo-nos pelo albergue "Estrella de Santiago" (o mesmo onde ficara em Outubro de 2013, vindo do Caminho Inglês), 24 euros por três noites (2 euros mais barato por noite, que em relação a 2013). Fica muito bem situado, a meio caminho entre a Estação de Autocarros e a Porta do Caminho! Após o "check in" e o já habitual ritual das lides "domésticas", descansámos um pouco. Notei que me reapareceram algumas borbulhas e comecei a pensar se o saco-cama não estaria mesmo infestado, pelo que decidi não utilizá-lo mais, até ser lavado em condições! Marcámos encontro com o Carrasco na Praça do Obradoiro às 17h30, fizemos um périplo pelas lojas de "recuerdos", fui a uma farmácia aviar a 2ª receita que me tinha sido prescrita em Vigo, o amigo Carrasco aproveitou para comprar uma pomada anti-inflamatória para o pé! Fomos até ao Bar Dakar tomar uma bebida (onde tiramos uma foto que o Carrasco enviou para o amigo António Moroso, tal como lhe havia prometido). Depois de assistirmos à missa do peregrino, pouco depois das 20h00, e após termos percorrido a Rua do Franco, em busca de um local com boa uma relação preço/ menu, optámos pelo nº 48 que por 8 euros servia um menu bastante variado e com bastantes pratos de peixe e marisco! Até aqui tudo bem o pior foi quando veio a conta, só o que custava 8 euros era o menu, o resto era tudo cobrado à parte, sem que tivéssemos tido conhecimento prévio deste (por)maior! Vigarice pegada! Não admira que não houvesse lá mais ninguém para além de nós! Pagámos mais de 18 euros cada um, o Carrasco ainda alvitrou para o repasto, mas dissemos-lhe que isso estava fora de questão, a pagar que fosse um jantar mais decente! A vingança veio com o café, provámos de todas as garrafas de xupito...eheheh...! O mais grave foi o descaramento que tiveram em levar 12 euros por cada garrafa de vinho tinto, que pouco melhor era do que uma reles zurrapa...enfim...um risco à porta nº 48 da Rua do Franco! Após bebermos outro café num bar, fomos até às arcadas do Obradoiro ouvir a divertida Tuna Académica de Santiago! Despedi-mo-nos do Carrasco e fomos até ao albergue, a Ivone ainda parou numa loja para comprar uma mochila mais pequena para levar no dia seguinte a Finisterra.

Fotos de António Carrasco e de Ivone Santos

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Caminho de Pontevedra ao Salnês/Caminho Central: 08-10 - Vilanova de Arousa/Pontecesures/Teo










A manhã em Vilanova de Arousa foi tranquila, com chuva a espaços! Contudo 2 noticias mexeram um pouco com essa tranquilidade: recebemos a confirmação de que o barco não subiria o rio Ulla em virtude do mau tempo e acima de tudo do vento, seria o carro da Protecção Civil a deixar-nos em Pontecesures! Outra situação veio também mexer com o nosso quotidiano e em particular com o meu, foi o desaparecimento da minha máquina fotográfica! Após o pequeno-almoço apanhei boleia com o hospitaleiro que me deixou junto ao passadiço sobre o rio! A partir daí voltei a fazer todo o percurso até ao albergue, com alguma chuva. Nem sinal da máquina! Perguntei no café frente ao passadiço, perguntei aos hospitaleiros, passei o albergue a pente fino, com a ajuda da Ivone que também foi à Protecção Civil dar conta do sucedido! Nada! Tinha quase a certeza absoluta (99%) que a máquina fotográfica tinha chegado até ao albergue! Havia que manter a esperança! Mais tarde almoçámos num café em frente ao mercado municipal, um repasto à base de peixe fresco! Estávamos a começar a seguir os conselhos gastronómicos da Ivone! Regressámos ao albergue, arrumámos a "trouxa" e descemos ao encontro do nosso transporte até Pontecesures, não sei antes dar uma derradeira vista de olhos em busca da máquina perdida! Nada de novo! No entanto e num último assomo de esperança deixei todos os meus contactos na Protecção Civil! Partimos às 14h45 e às 15h30 recomeçámos a caminhar junto a uma Bomba de Gasolina, perto do Porto de Pontecesures! Pagámos 10 euros pela viagem ao simpático funcionário da Protecção Civil de Vilanova de Arousa, com a promessa de que voltaríamos um dia para subir o rio! À passagem por Padron verificámos com alguma tristeza que a igreja estava fechada! Parámos num bar para tomar algo e mais à frente visitámos e carimbámos a credencial na bonita igreja românica de Iria Flávia! Às 18h30 e com 14,6 km chegámos a Faramello, ao albergue municipal de Teo, com muitos peregrinos já instalados! Após o banho verifiquei que tinha 2 chamadas não atendidas no telemóvel, quando vi que o número era de Espanha, senti a esperança renascer dentro de mim, sentimento partilhado pelos meus companheiros de Caminho! Liguei de volta e tive a confirmação! A máquina aparecera, tinha sido entregue por um dos miúdos que tivera aulas no pavilhão desportivo no dia anterior, em boa hora tinha deixado os meus contactos! Graças a Santiago! Para não estar a voltar para trás, iriam mandar-ma pelo correio à cobrança! Gente boa, sem duvida, incluído o miúdo que tinha devolvido a máquina! Teríamos mesmo que voltar um dia! O jantar foi na Casa Javier, um repasto animado pela boa nova e pela aproximação a Santiago! Degustámos um mix de vários petiscos: filetes de cavala em azeite, pimentos de Padron, queijo, pão e vinho verde tinto! Por volta das 22h00 regressámos ao albergue para retemperar forças rumo à derradeira etapa! 

Fotos de António Carrasco

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Caminho de Pontevedra ao Salnês: 07-10 - Armenteira/Vilanova de Arousa























Tomámos o pequeno-almoço no albergue, os donuts com chá quente que nos preparou a Ivone! Saímos às 08h00 ainda com pouca luz, mas sem chuva, pese embora o céu continuar bastante fechado e muito cinzento, o que não augurava nada de bom! Os primeiros 7 km percorreram parte da "Rota da Pedra e da Água! Para mim o troço mais bonito de toda esta variante! Sempre com o rio Armenteira ao nosso lado, esta rota é constituída por antigos moinhos e canais de água que laboraram noutros tempos! Foi pena o tempo estar tão cinzento, ainda assim conseguiram-se belas fotos deste troço magnífico! A copa das árvores constitui uma verdadeira barreira à entrada da luz solar, o que de verão deve proporcionar uma caminhada bastante aprazível! Perto de Ribadumia parámos num bar/restaurante à beira da estrada para tomar café (a Ivone tomou sumo de laranja natural) e carimbar a credencial. Nas imediações de Pontearnelas passámos por uma casa com uma das paredes laterais completamente coberta de vieiras, que trabalho deveria ter dado aquela obra de arte! Em Pontearnelas desfrutámos de um almoço memorável, talvez um dos melhores refeições de todo o Caminho! A chuva apesar de não ter feito tanta mossa como na etapa anterior, ainda assim e mesmo a espaços ainda deu que fazer, pelo que aquela paragem para almoçar foi providencial! O ambiente era acolhedor, o repasto muito bem servido, as pessoas muito amáveis (em particular a senhora que nos pareceu ser a patroa), presenteou-nos com café "barraqueiro" (que saudades...) e xupitos de licor de café...! Enquanto nos carimbavam a credencial, ainda trocámos umas palavras com um simpático português de Macedo de Cavaleiros que ali morava desde os 14 anos e notava-se pelo sotaque! A abordagem a Vilanova de Arousa foi também inolvidável pela paisagem deslumbrante proporcionada pela Praia do Terron! Chegámos ao albergue (6,00 euros, no pavilhão desportivo) às 16h30, com 26,5 km palmilhados desde Armenteira! Internet de qualidade e gratuita (desde Marinhas/Esposende que tal não acontecia). As noticias que tinham para nós não eram as mais animadoras, o barco não deveria subir o rio mais por causa do vento do que da chuva, se subisse só seria de tarde (entre as 14h e as 15h), o que nos daria a manhã livre! Em última análise seria um carro da Protecção Civil a levar-nos a Pontecesures! Recomendaram-nos o café bar Reiz para jantar e não demos o tempo por mal empregue: pulpo à gallega e mexilhões, regado a preceito por um Albariño de beber e chorar por mais! Enquanto esperámos pela comida aproveitei para ligar para casa, matar saudades e por a conversa em dia. Às 23h30 recolhemos ao albergue e após uma breve passagem pela net, às 24h00 fomos dormir! 

Fotos de António Carrasco, Ivone Santos e Sérgio Cebola