sábado, 19 de junho de 2010

O Diário do Caminho: 23º Dia, 11 de Maio, Rente – Vendas de Narón













Para variar o mau tempo continuava, mas com menos frio e com chuva mais pausada. Excelentes trilhos de bosque com a travessia de algumas linhas de água. Parámos em Portomarin para comer um excelente bocadillo de tortilha que tinha sobrado do jantar do Alexandre. Bons momentos fotográficos: rio Minho e respectiva ponte, escadaria e arco da entrada de Portomarin e a Igreja - Fortaleza de San Nicolás, de estilo românico e um dos edifícios religiosos mais importantes do Caminho de Santiago, a sua construção data dos sécs. XII-XIII. Em Castromaior o Castro posou para a fotografia no café “O Castro”! Parece um trocadilho, mas é verdade! Às 15h00 e após termos percorrido 31,5 km chegámos a Vendas de Narón. Tinha mais do que um albergue pelo que optámos pelo “Cruceiro” por 10 euros, que servia refeições num bar dos mesmos proprietários. Deu para ver que não havia muita gente ali a dormir, pelo que iríamos estar tranquilos. Com o tempo como estava iria ser um problema para enxugar roupa, mas tínhamos que lavar, em ultimo caso, colocava-se dentro dum saco na mochila e enxugava-se no dia seguinte. Como dispúnhamos de algum tempo livre, durante a tarde fomos até ao bar do albergue beber e comer algo e eu aproveitei para por as noticiais em dia (pelo menos as espanholas…) lendo um periódico local. Na final da etapa de hoje o Alexandre acabou por chegar comigo e com o Delfino, tinha ficado para trás, deixando seguir o Pimpão, o Castro e o Luís, pois queria telefonar para o Brasil.


Texto: Sérgio Cebola
Fotos: 1 a 5, 9 e 12 (A. Delfino), fotos 6 a 8 (A. Pimpão) e foto 10 (Rosalino Castro)

1 – Travessia de linhas de água (uma constante nesta etapa)
2 – Fantásticos trilhos de bosque
3 – Vá lá! Só faltam 100 km!
4 – Mais linhas de água (vejam só o que choveu!)
5 – O Luís e o Delfino posando junto a mais um Monumento no Caminho
6 – O rio Minho, à entrada de Portomarin
7 – Alexandre subindo a escadaria das portas de Portomarin
8 – O Pimpão junto às portas de Portomarin
9 – A igreja de San Nicolás em Portomarin
10 – Bonitas as arcadas no centro de Portomarin,
com indicação dos kms para Santiago
11 – O Castro no café “O Castro em Castromaior!
12 – Na chega a Vendas de Narón

sexta-feira, 18 de junho de 2010

O Diário do Caminho: 22º Dia, 10 de Maio, Viduedo – Rente/Barbadelo








Mais uma jornada marcada pelo mau tempo! Na descida de Viduedo até Triacastela vento forte, frio e chuva! Parecia que andava o diabo à solta, tal era a força do vento e o barulho que este fazia! Decididamente o tempo anda mesmo fora da graça de Deus! Por volta das 11h30 parámos em Furela no bar Franco para comer bocadillos de presunto e croissant (comprado num bar em Triacastela) com queijo (que sobrou de Fuentes Nuevas), metade de uma maçã e pinhoada oferecida pelo Alexandre. Tudo muito bem regado com uns tintos e arrumadinho com um café Delta e um brandy para manter a máquina quente até ao final da jornada! Fizemos a travessia de Sárria às 14h00, uma cidade com alguma dimensão, mas sem grandes motivos de interesse, pelo menos pelos locais onde passámos. Na etapa de hoje percorremos bons trilhos e caminho de bosque, a proporcionar bons vídeos e boas fotografias, pese embora o mau tempo. O Delfino encheu hoje o primeiro cartão da máquina com 4 gigas! Alguma confusão à chegada: deficiente sinalização em Barbadelo fez com que o Pimpão, o Castro e o Luís, que seguiam um pouco à nossa frente, voltassem para trás, quando já estavam em Rente (onde acabamos por ficar…). Já perto de Rente o Pimpão ligou-me para o telemóvel, contando o sucedido, moral da história: o albergue de Barbadelo estava fechado para desinfecção, havia outro um pouco mais à frente que cobrava 10 euros mas sem nenhum local nas imediações para comer. Continuámos a andar e mais adiante deparamo-nos com uma casa de turismo rural com a lotação completa. Prosseguimos, já um pouco desalentados pela chuva e pelo cansaço, até chegarmos a Rente onde, finalmente, tivemos cabidela na Casa de Turismo Rural Casanova, muito acolhedora, com um aspecto bastante tradicional e, mais importante que tudo, servia refeições! Decidimos ficar, caminhar mais 2 horas debaixo do temporal, estava fora de questão! Menos para o André que decidiu continuar! O Alexandre chegou mais tarde, pois tinha demorado um pouco mais em Sárria para comprar umas calças para a chuva e acabou por se perder também na “confusão” de Barbadelo. Já agora e abrindo um parênteses, obrigadão, Amigão Alexandre por ser adepto “ferrenho” do Benfica! Queria por o cachecol na mochila, mas o mau tempo não estava a ajudar! O Luís, sempre muito prestável, lá se aventurou pelas imediações de Rente para comprar alguma comida e bebida, ofereceu-me uma lata da maravilhosa cerveja “estrella galicia” (Muchas gracias, Luís!). Como ontem não havia rede de telemóvel liguei hoje para casa para falar com a Graça e as miúdas. Jantámos muito bem, comidinha caseira, servida pela filha da patroa que se chamava Susana, acho eu. O caldo galego estava uma delícia! Depois da janta jogámos umas partidas de sueca e à hora do costume fomos para os quartos. A jornada de hoje teve 32 km e realizou-se entre as 07h00 da manhã e as 15h45.

Texto: Sérgio Cebola
Fotos: 1 a 3, 6 e 8 (António Delfino), fotos 4, 5 e 7 (Rosalino Castro)

1, 2, 3 – Entre Viduedo e San Xil
4 – Estátua do Rei Alfonso IX (fundador de Vilanova de Sárria)
5 – Sárria
6, 7 – Entre Sárria e Barbadelo
8 - O jantar na Casa de Turismo Rural Casanova em Rente/Barbadelo

quinta-feira, 17 de junho de 2010

O Diário do Caminho: 21º Dia, 9 de Maio, Vega de Valcarce - Viduedo











Para a história desta etapa ficam principalmente os seguintes aspectos a reter: o mau tempo (chuva, vento e frio), a mítica subida do Cebreiro a 1.300 metros de altitude, o Alto de San Roque a 1.270 metros, o Alto do Poio a 1.335 metros, a entrada na Galiza e o Benfica que se sagrou Campeão Nacional de Futebol! Eu diria que se não fosse o mau tempo a subida teria sido mais pacífica. Descontando o facto das temperaturas em montanha oscilarem com alguma facilidade, ainda assim são condições atmosféricas um pouco anormais para esta altura do ano. A parte mais exigente da subida foi no troço final para La Faba, depois até Laguna de Castilla e até ao Cebreiro os troços de subida foram mais suaves. Mesmo com o mau tempo passámos por paisagens de montanha deslumbrantes com imensos vales encaixados até perder de vista! Por volta das 10h30 e debaixo de uma chuva persistente chegámos ao Cebreiro. Parámos num bar onde já estava um número considerável de peregrinos a comer e a descansar. Eu aproveitei para mudar de calças e vestir umas impermeáveis, limpar-me e enxugar-me. “Desayunamos” bocadillos de tortilla francesa, bom vinho tinto (para aquecer os ânimos…), café Delta (imaginem!) e brandy (para manter a temperatura estável!). O Luís, que até ao Cebreiro caminhou comigo e com o Delfino, foi para a frente enquanto nós ficámos um pouco mais. Retomámos o Caminho, a chuva parecia não querer dar tréguas e o vento frio também não. Às 14h45 e após mais 26,9 km percorridos chegávamos a Viduedo, uma pequena aldeia perdida na montanha, a 1.200 metros de altitude, sem internet, sem rede de telemóvel e sem albergues. Para o registo desta etapa fica também um desnível acumulado de 707 metros (cota mais baixa: Vega de Valcarce, 630 m e cota mais alta: Alto do Poio, 1.337 m). Esta foi uma etapa em que nos cruzámos com muitos “turigrinos”, principalmente a partir do Cebreiro. Ficámos alojados na casa de Turismo Rural Quiroga (17,5 euros por pessoa), muito bom preço, tendo em conta as condições oferecidas. Tinha aquecimento, o que foi muito bom para nós para enxugarmos as coisas. Mais tarde o Pimpão contou-nos que, na saída do Cebreiro, foram mal informados por um ancião e seguiram pela estrada em vez de irem pelo Caminho. O Alexandre sentiu imenso frio na saída do Cebreiro, optando (e muito bem) por voltar atrás para enxugar a roupa e tomar um duche quente no albergue da aldeia. O André ficou no albergue de Fonfria, 2,3 km antes de Viduedo. Já após o jantar, por volta das 20h30 lá consegui receber 2 mensagens no telemóvel com a confirmação do SLB Campeão ao ganhar ao Rio Ave por 2-1 com 2 golos de Cardozo, que se sagrou também o melhor marcador do campeonato com 26 golos! Era chegada altura de colocar o cachecol do Glorioso na mochila, por isso VIVA O SLB!
Texto: Sérgio Cebola
Fotos: António Delfino

1 – Na subida para La Faba
2 – O Luís e o Delfino perto de Laguan de Castilla
3 – E… finalmente a Galiza!
4 – Bonita paisagem já perto do Cebreiro
5 – O Cebreiro
6, 7 – Alto de San Roque (1.270 metros de altitude)
8 – A caminho da aldeia de Hospital
9 – Alto do Poio (1.335 mteros de altitude)
10 – O merecido descanso na Casa de Turismo Rural Quiroga em Viduedo
11 – Após o jantar na Casa Quiroga

quarta-feira, 16 de junho de 2010

O Diário do Caminho: 20º Dia, 8 de Maio, Fuentes Nuevas – Vega de Valcarce










Às 07h00 da manhã saímos do hostal “Monte Claro” em Fuentes Nuevas, com aquela chuva muito miudinha tipo “molha parvos” (e espertos…), a fazer-nos companhia até muito perto de Carcabelos, onde efectuámos uma curta paragem técnica para aliviar carga: a capa da mochila e o anorak. Voltámos a parar nas imediações de Villafranca del Bierzo, o Delfino sentiu uma ligeira indisposição, talvez por ter comido muito pouco de manhã, pelo menos foi o que eu achei. Mas ele achou que era do calor e de levar muita roupa vestida, pelo que voltou a aliviar carga e a coisa, de facto, melhorou! Chegámos a Villafranca del Bierzo por volta das 11h30 e após as fotos da praxe, abancámos na praça central, numa “terrassa” (esplanada) de um dos imensos bares que por ali existiam. Pedimos 1 tinto e 1 “canha” e, imaginem, a empregada era portuguesa, do Porto! O mundo é mesmo pequeno! Comemos bocadillos de chouriço e de queijo confeccionados por nós no dia anterior.
Em Trabadelo nova paragem para dose dupla de “estrella galicia” (belíssima cerveja!), acompanhadas de tapas de presunto e pão oferecidas pelo dono do bar. Entre Villafranca e Trabadelo, conhecemos um grupo de 4 francesas, acho que da zona de Bordéus, andavam a fazer o Caminho aos poucos, todos os anos faziam um trecho, este ano tinham começado em León. Ficaram no albergue de Trabadelo, pois hoje já vinham de Ponferrada. Nós prosseguimos até Vega de Valcarce. A etapa teve um pouco mais de alcatrão do que o habitual, caminhámos durante muito tempo ao lado da estrada, num separador para peões. Fez-nos companhia também, desde a saída de Villafranca até Vega de Valcarce, o imenso e tortuoso rio Valcarce!
Às 16h00 vencíamos mais uma etapa no Caminho Francês, após percorridos 33,8 km chegávamos a Vega de Valcarce! Ficámos logo no primeiro albergue, na entrada de Vega, pois como o Alexandre já lá estava, o Pimpão, o Castro e o Luís acabaram também por ali ficar e nós, por conseguinte, também! De seu nome “Albergue do Brasil”, lá fomos recebidos pelo hospitaleiro, um brasileiro que falava pelos cotovelos, de seu nome Itabira! Cobrou-nos 25 euros, com dormida, jantar e pequeno-almoço. Pareceu-me um valor um bocado exagerado, comparativamente com outros locais onde já tínhamos ficado, com a agravante do meu banho ter sido com água quase fria e 15 euros para jantar também me pareceu um pouco demais (ementa: salada mista, feijoada brasileira e doce). Ficámos, obviamente, muito contentes de termos reencontrado o Alexandre que, segundo nos confidenciou, tinha passado bastante mal na véspera perto de Molinaseca, com muitas tonturas e vómitos, ele achou que talvez tivesse sido de um chá que bebera no peculiar albergue “templário” de Manjarin. Felizmente já estava recomposto, graças a uns comprimidos naturais de alcachofra, muito bons para o fígado, que comprara em Molinaseca.
Já no final da tarde e enquanto escrevi estas linhas, saboreei pão, chouriço e queijo de cabra que o Alexandre muito gentilmente ofereceu, obrigadão Alexandre! Estamos a 6 dias de Santiago e amanhã aguarda-nos a mítica subida do Cebreiro (1.300 metros de altitude). Ficámos a saber, pelo livro de visitas do albergue, que a Cris também aqui tinha ficado no dia 3 de Maio! Durante a tarde conhecemos já no albergue, um simpático casal brasileiro, o João José e a Maria Zélia que, após amena cavaqueira, conseguimos convencer a não se ficarem por Santiago e a continuarem até Fisterra, que iria valer muito a pena! Consultaram o meu guia do Caminho, onde estavam as etapas até Fisterra, ficaram entusiasmados com a ideia e como tinham tempo de sobra, iriam seguir o nosso conselho! Mais tarde, penso que até comentei com o resto da malta, lembrei-me que se tratava do mesmo casal, com o qual eu e o Delfino, já nos tínhamos cruzado perto de Trabadelo.
O jantar foi bastante “sui generis”, com o Itabira a fazer as honras da casa e falando num inglês bastante peculiar (lol! lol! lol!), lá se foi apresentando a si e ao albergue. Cada peregrino presente foi convidado a apresentar-se aos demais e a dizer uma palavra sobre o Caminho, tudo isto antes de ser servido o jantar. Lembro-me que, para além da nossa malta, estavam presentes, entre outros, um grupo de alemães, um casal de coreanos que já tínhamos encontrado na subida para Foncebadón, o João José e a Maria Zélia e um americano. Foi um jantar muito animado. Lá fora a chuva, que tinha (re) começado a cair à nossa chegada a Vega de Valcarce, ameaçava continuar noite dentro! Um cenário muito pouco animador em vésperas de mais uma etapa de montanha!

Texto: Sérgio Cebola
Fotos: 1 a 6 e 8 a 11 (António Delfino), foto 7 (António Pimpão)

1 a 4 – Villafranca del Bierzo
5 – Ponte sobre o rio Valcarce (na saída de Villafranca del Bierzo)
6 – Rio Valcarce (visto da ponte)
7– Rio Valcarce (já nas imediações de Vega de Valcarce)
8 – Monumento ao Apóstolo Santiago Maior em La Portela de Valcarce
9 – A chegada a Vega de Valcarce
10 – Um jantar muito animado no “albergue do Brasil”
11– Idem, com o João José e a Maria Zélia ao meu lado

terça-feira, 15 de junho de 2010

O Diário do Caminho: 19º Dia, 7 de Maio, Foncebadón – Fuentes Nuevas




















O primeiro grande momento do dia foi a passagem por mais um local de grande simbolismo do Caminho Francês: a Cruz de Ferro! Situa-se próxima de Foncebadón, a 1504 metros de altitude, um dos monumentos mais simples, porém um dos mais antigos e emblemáticos do Caminho. Sobre um monte de pedras se levanta uma pequena Cruz de Ferro, presa no alto de um tronco de madeira de uns 5 metros de altura. Sobre aquele monte e junto à Cruz, os peregrinos seguindo a tradição, deixam uma pedra para pedir protecção na sua peregrinação. Existe ao seu lado uma pequena ermida dedicada a Santiago. Eu deixei 4 pedras por mim, pelas minhas filhas e pela minha esposa, 3 dessas pedras eram das proximidades, mas um delas eu tinha trazido da Serra de S. Miguel, na freguesia de S. Simão, concelho de Nisa, uma pequena pedra de quartzito. Em Manjarin parámos num albergue bastante original, perdido no meio da natureza, tudo muito medieval, com os seus 2 proprietários muito bem trajados de cavaleiros templários (segundo consta 1 deles diz mesmo que é o último cavaleiro templário…). Mas há outras coisas bastante peculiares neste albergue, tais como diversas placas com as direcções e distâncias em km para uma serie de cidades localizadas em diversos pontos do globo, muito original lá isso é verdade! Aproveitámos para carimbar a credencial a troco de um donativo. Servi ainda de tradutor a uma peregrina holandesa que queria pedir um iogurte a um dos hospitaleiros, para o seu namorado que era vegetariano. Não havia água quente, as casas de banho eram latrinas, mas havia acima de tudo muito boa vontade por parte dos peculiares hospitaleiros. Passámos ao local de maior altitude em todo o Caminho, logo a seguir à Cruz de Ferro, num local onde existe uma Estação Militar, a 1.517 metros de altitude! Foi precisamente neste local que começou a temperatura começou a descer, começou também a chover e ao mesmo tempo a cair alguns farrapos de neve. Aproveitámos para parar em El Acebo, não só para comer qualquer coisa, mas também para enxugar um pouco a roupa e para nos aquecermos. Em Molinaseca, uma vila muito interessante do ponto de vista arquitectónico, efectuámos também uma breve paragem técnica para retirámos a roupa da chuva, comer mais qualquer coisa e tirar algumas fotos na rua central. Retomámos o Caminho em direcção à cidade de Ponferrada, por aqui também tirámos algumas fotografias, na ponte à entrada, com a ajuda de um peregrino italiano, no centro histórico e ao magnífico castelo templário. Já na saída de Ponferrada voltámos a parar no bar “La Máquina”, para descansar um pouco, beber umas “canhitas” e comer umas tapas! Acabamos por ter mais um percalço no percurso e na etapa de hoje: o Caminho não passava por “Quatro Vientos” como erradamente constava do nosso guia, pelo que tivemos que andar um pouco mais que o previsto, até Fuentes Nuevas, que não tinha albergue, ainda assim ficámos (pela primeira vez no Caminho) num Hostal muito bom, de seu nome Monte Claro! Iríamos, por isso, usufruir de algumas mordomias, até então muito pouco habituais: nada de horários rígidos, casa de banho no quarto e um belíssimo menu do peregrino por 9 euros. Voltando um pouco atrás, chegámos a Fuentes Nuevas às 17h20, com mais 36 km na “bagagem” e nos pés! Tinha sido a maior etapa até agora! Após devidamente instalados no hotel, fomos fazer compras numa “tienda”, a senhora que nos atendeu era de uma simpatia extrema, quando lhe dissemos que já estávamos a caminhar há 19 dias, ela respondeu gracejando que, no seu caso, 19 dias, seriam para ir de Fuentes Nuevas a Santiago! O Luís continua no nosso grupo e hoje, após o jantar no bar do hotel, ensinámo-lo a jogar à sueca! Amanhã contamos reencontrar o Alexandre em Vega de Valcarce!

Texto: Sérgio Cebola
Fotos: 1 a 3, 6 a 11 e 13 a 21 ( A. Delfino), fotos 4 e 12 (A. Pimpão)
1 - Partida do albergue paroquial de Foncebadón
2, 3 - Cruz de Ferro
4 - Estação Militar (1.517 m de altitude)
5 - A caminho de Manjarin
6, 7, 8, 9 - albergue "templário" de Manjarin
10, 11, 12, 13, 14, 15 - Molinaseca
16, 17, 18, 19, 20 - Ponferrada
21 - Fuentes Nuevas